Uma nova abordagem para tarefas de last-mile em favelas apoiado por análise espacial e sustentabilidade

Segundo o IBGE o Brasil possui mais de 11 mil favelas, com 16 milhões de pessoas vivendo nesses locais (16% da população). A ONU prevê que em 2050, no mundo, 3 bilhões de pessoas viverão em favelas. Atualmente, a maioria dos moradores não possui serviços básicos, como saneamento, água potável, energia elétrica e entregas de mercadorias.

Devido a falta de entrega de mercadorias, essa população tem suas oportunidades reduzidas afetando sua qualidade de vida. Esse serviço não é oferecido por operadores logísticos devido ao custo gerado por barreiras físicas, falta de informações espaciais e riscos.

Assim, considerando o nível tecnológico e a capacidade de análise espacial atual, questiona-se: Como a análise espacial, associada à sustentabilidade como injunção permite uma tarefa de last-mile multimodal ideal em favela? Esse tema não é explorado no mundo e impacta positivamente a qualidade de vida dos moradores, pois, será criada uma metodologia para reduzir os custos de operação logística nesses locais.

Este grupo de pesquisa já iniciou estudos sobre logística em favelas e possui conhecimento em análise espacial em ambiente urbano. Esses estudos mostram que é possível, com o uso de dados aéreos, mitigar o problema de falta de mapeamento de barreiras físicas e malha viária das favelas. Associado a isso, diferentes modos de transporte, como drones, bicicletas, motocicletas, podem ser utilizados em tarefas conjuntas de roteirização (multimodal). Isso faz com que os custos (financeiros e ambientais) com o last-mile sejam reduzidos.

A metodologia a ser aplicada contempla estudo conceitual para modelagem do problema, identificação dos níveis de importância e estado-da-arte, destacando as deficiências. Serão desenvolvidos métodos de mapeamento automático de vias e barreiras e modelos de roteirização multimodal com foco em sustentabilidade. Por fim, tais métodos e modelos serão aplicados em ambiente simulado com dados reais de favelas brasileiras.